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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Long-haul low-cost: uma nova revolução?

Até o fim da década de 1970, o mercado de aviação comercial era dominado por companhias aéreas "tradicionais", voar era para poucos, com diversos mimos para os passageiros e grandes poltronas. Tudo isso funcionava em um ambiente de preços altamente regulados, limitando bastante a competição. Esse padrão de mercado regulado prevaleceu a partir do término da Segunda Guerra Mundial, resultado da Convenção de Chicago, em 1944, onde o transporte aéreo comercial passou a ser visto como um setor nascente e estratégico.
A primeira revolução aconteceu nos EUA em 1978, quando teve inicio a desregulamentação do mercado. Foi ai que a primeira low cost, low fare do mundo, a Southwest Airlines começou a despontar e causar uma revolução no setor. Na Europa, a EasyJet foi uma das pioneiras. Logo o modelo low cost, low fare se mostrou um sucesso e se espalhou por todo o mundo, causando o fim de várias companhias aéreas tradicionais como TWA, Pan Am, SwissAir e Varig. Várias outras tiveram que ser socorridas pelos governos de seus respectivos países para não irem à falência. As companhias low cost, low fare introduziram uma concorrência verdadeira no mercado de aviação comercial e permitiram a redução dos preços das passagens, aumentando o número de passageiros.
Porém, até agora, as low cost, low fare se concentram em voos de curta/média distância. São poucas as que se arriscam em voos de longa distância. No entanto essa realidade pode mudar em pouco tempo.

Long-haul low cost, low fare
Empresas como WestJet e Norwegian estão transformando as viagens de longa distância da mesma forma que a Ryanair e a EasyJet transformaram a de curta distância na Europa e estão começando a incomodar as companhias tradicionais, que ainda estavam soberanas nesse segmento de mercado.
Richard Branson anunciou que vai abrir mão do controle da Virgin Atlantic, empresa aérea fundada por ele em 1984, para forma uma aliança com Air France-KLM, Delta Air Lines e China Eastern. A Air France-KLM vai comprar uma participação de 31% na Virgin Atlantic, que estava em mãos do Virgin Group, de Branson. O acordo também prevê que a Delta e a China Eastern comprem participações de 10%, cada uma, na Air France-KLM.  A Air France-KLMDelta e Virgin Atlantic também anunciaram um acordo para criar uma joint venture mundial, para contra-atacar as low cost.
Virgin Atlantic, que iniciou operações revolucionando o mercado com alto nível de conforto e entretenimento inédito à bordo, passou a enfrentar dificuldades no início da década de 2010. A Air France-KLM também tem problemas com uma base de custos alta demais em comparação à das rivais mais novas. A empresa tenta criar uma subsidiária low cost, mas enfrenta oposição sindical. A joint venture tripla vai incluir o compartilhamento de instalações nos aeroportos e a possibilidade de combinar os programas de milhagem.

No Brasil
No Brasil, a desregulamentação do setor só chegou na década de 1990 e a primeira low cost, low fare nasceu em 2001: a Gol. Depois tivemos empresas que não deram muito certo como a WebJet e a BRA. Em 2008 surgiu uma nova proposta de low cost, low fare, inspirada na JetBlue, a Azul. Em dezembro de 2014 a Azul inciou seu primeiro voo internacional. Apesar disso, o modelo da Azul para voos internacional está muito mais próximo das companhias aéreas tradicionais do que das low cost como WestJet e Norwegian.
Entretanto, as companhias tradicionais aqui no Brasil já começaram a se movimentar. A Latam começou a implementar um novo modelo de tarifas em voos domésticos, se aproximando do modelo low cost, low fare. No mercado internacional está costurando acordos cada vez mais profundos com suas parceiras OneWorld American Airlines, British Airways/Iberia e Qatar Airways.

Como é um voos de longa distância numa low cost, low fare?
A Norwegian cobra preços bem mais em conta do que as companhias tradicionais, que pode chegar a ser 50% mais baixo do que as companhias aéreas tradicionais, mas isso tem uma contra partida. Nada de fones de ouvido, travesseiro, cobertor e refeições gratuitas. Porém os passageiros podem trazer os seus próprios acessórios e refeições se quiserem ou podem comprar todos esses itens separadamente a bordo.
Além de não oferecer nenhum mimo para os passageiros, a Norwegian utiliza aeronaves modernas Boeing 787, que proporcionam uma economia de combustível de cerca de 20% em relação a aeronaves de mesmo porte. Além disso, a companhia utiliza uma configuração de alta densidade, diminuindo o custo por assento. Enquanto um Boeing 787-8 leva em média 250 passageiros, na Norwegian eles levam 291.

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