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Lufthansa compra ITA e garante liderança na Europa
No dia 25 de maio a Lufthansa anunciou que chegou num acordo para adquirir 41% da ITA Airways por 325 milhões de euros. O acordo também prevê a opção da Lufthansa adquirir todas as ações restantes em uma data posterior. A aquisição ainda está sujeita à aprovação das autoridades competentes. Caso seja concluída a aquisição, a ITA se tornará a quinta companhia aérea do Grupo Lufthansa.
A ITA Airways foi fundada em novembro de 2020 como sucessora da Alitalia, com uma frota de 52 aeronaves e 44 destinos. A Itália é a terceira maior economia da União Europeia em termos PIB e representa o maior mercado do Grupo Lufthansa depois da Alemanha e dos EUA. Com um mercado de grande importância na Europa, a ITA era vista como um parceiro importante para todos os grandes grupos aéreos da região. Porém os dois grupos que mais demonstram interesse foram o Grupo Lufthansa e a Air France-KLM.
O interesse dos dois grupos na principal companhia aérea italiana não é novidade. Em 2009 a Air France-KLM venceu uma disputa com o Grupo Lufthansa para adquirir 25% da Alitalia. Desde o inicio dos anos 2000 a principal companhia aérea da Itália vinha sofrendo com uma crise financeira. A compra da companhia por um grande grupo aéreo era visto como a solução dos constantes prejuízos e ineficiências da empresa. Como consequência a Alitalia se tornou uma parceira estratégica da Air France-KLM e da Delta, entrando na aliança global SkyTeam (aliança a qual a ITA faz parte hoje e provavelmente irá trocar pela Star Alliance do Grupo Lufthansa). Entretanto a participação minoritária da Air France-KLM não teve força suficiente para aplicar mudanças capazes de salvar a Alitalia da crise financeira. Já o Grupo Lufthansa lançou a sua própria subsidiária na Itália, chamada de Lufthansa Italia em 2009. Porém o plano da Lufthansa também fracassou e a subsidiária italiana fechou as portas em 2011.
O persistente interesse dos dois grupos na companhia aérea italiana é explicado pelo valor que ambas veem nas potenciais sinergias geradas através da combinação das operações. Não é de hoje que a Europa e a aviação comercial global vêm passando por uma onda de fusões e aquisições, com objetivo de unir forças para enfrentar um mercado cada vez mais competitivo. O mercado de aviação comercial é conhecido por suas margens apertadas e constantes crises desafiadoras, que podem levar a falência até mesmo grandes empresas do setor. A formação de grupos aéreos é capaz de tornar as companhias aéreas mais fortes e resilientes contra as flutuações do mercado. Ao adquirir ou fundir-se, as companhias aéreas podem expandir sua rede, aumentar a participação no mercado e eliminar a concorrência. Os grupos aéreos conseguem aumentar sua vantagem competitiva ao obter acesso a novas rotas, mais slots em aeroportos congestionados e uma base maior de clientes. Além disso as fusões e aquisições permitem que as empresas alcancem sinergias e redução de custo, eliminando duplicações, otimizando rotas e melhorando a utilização das aeronaves.
A consolidação na Europa começou em 2003 quando a Air France comprou a KLM. Em 2005 foi formado o Grupo Lufthansa com a compra da Swiss pela Lufthansa. Em 2009 foi anunciada a compra da Iberia pela British Airways, formando o grupo IAG.
2022 | Air France | Grupo Lufthansa | Grupo IAG |
Frota | 522 | 710 | 558 |
Nº destinos | 318 | 320 | 256 |
Nº passageiros (milhões) | 83 | 101 | 94 |
RPK (bilhões) | 237 | 207 | 215 |
Embora as fusões e aquisições ofereçam muitos benefícios, elas também apresentam desafios. Complexidades de integração, diferenças culturais e diferenças regulatórias são obstáculos comuns durante o processo de integração. Uma integração bem-sucedida das operações, sistemas e culturas é crucial para maximizar os benefícios e garantir uma transição suave para funcionários e clientes.
Os planos inicias do Grupo Lufthansa incluem a manutenção da ITA como uma companhia aérea autônoma e administração própria, além da manutenção dos hubs em Milão e Roma e o foco nas rotas para a África e América do Sul. Em 2022 a ITA iniciou voos para São Paulo e em 2023 para o Rio de Janeiro.
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