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Nostalgia: Curiosidades nostálgicas 3
A terceira parte das Curiosidades nostálgicas. Porque tudo que é bom vira uma trilogia!
1. O que não te contaram sobre o Super Constellation
Imagine que você está voando num Super Constellation e de repente escuta a mensagem do comandante: "Sras. e Srs. iremos realizar a troca de estágio dos compressores, o que é um procedimento normal para este tipo de aeronave". Em instantes os motores ficam em silêncio e você sente uma sensação de queda. Em alguns segundos os motores voltam a acelerar. Isso acontecia porque os motores do Super Constellation eram equipados com ventoinhas de dois estágios. As ventoinhas têm a função de comprimir o ar para os motores. Conforme a aeronave vai subindo, o ar vai ficando mais rarefeito até um ponto em que as ventoinhas não conseguem mais manter a potência dos motores. Para o Constellation subir para altitudes maiores que 16 mil pés era necessário mudar o estágio das ventoinhas, para ter maior compressão do ar. Para isso os motores tinham que estar em marcha lenta para não quebrar o eixo da ventoinha. Além disso os motores do Super Constellation eram equipados com a tecnologia "turbo compound", onde os gases de escapamento, antes de serem liberados, acionavam pequenas turbinas para proporcionar potência adicional aos motores.
2. Já ouviu falar do Cachimbinho?
A Panair do Brasil foi a única companhia aérea do mundo a operar o Fairchild 91, apelidado aqui no Brasil de Cachimbinho pelo formato do seu motor. A aeronave foi feito especialmente para operar nas rotas fluviais na América do Sul (leia-se rio Amazonas). O formato bizarro do motor foi especialmente desenvolvido para protegê-lo de colisões durante o pouso e a decolagem na água.
3. O avião Cruzeiro do Sul
Em janeiro de 1934 o Laté 300 chegou pela primeira vez no Brasil, pousando em Natal. Antes mesmo de iniciar a produção, a aeronave foi batizada de "Croix-du-Sud" (Cruzeiro do Sul), pois já tinha uma destino definido: a rota postal que ligava a França até a América do Sul. Eles operaram para o Brasil até o inicio da Segunda Guerra Mundial.
4. A evolução dos motores a pistão
5. O Graf Zeppelin
6. O gigante francês
Em outubro de 1945 o Rio de Janeiro recebeu a visita do maior hidroavião construído até então, batizado de "Lionel Marmier". A aeronave possuía dois andares, com salão e bar, sala de jantar, cozinha, banheiros, chuveiro e seis cabines com dois beliches cada. Para mover o gigantesco avião, eram necessários seis motores Wright R-2600-C14 Cyclone 14.
Em agosto de 1934 a Pan Am apresentou para o Brasil o gigante Sikorsky S-40. Com 20,6 metros de comprimento e 34,8 metros de envergadura, a aeronave era imensa para a época, com capacidade para até 37 passageiros, alcance capaz de atravessar oceanos e velocidade superior aos concorrentes. Dessa vez não era apenas um voo de demonstração, o S-40 foi designado pela Pan Am para operar a rota Miami - Rio de Janeiro regularmente. Sua introdução reduziu o tempo de viagem de 8 para 5 dias. A primeira unidade recebida pela companhia foi batizada de Brazilian Clipper. No Brasil o S-40 também foi conhecido como Super Clipper. A Pan Am operou com essa aeronave para o Brasil até 1945, quanto foram substituídos pelo DC-4.
8. O falso avião de quatro motores
Quem olha de fora o Laté 521 "Tenente de vaisseau Paris", já fica impressionado com o seu tamanho. Mas tem certeza absoluta que aeronave é equipada com quatro motores, pois só está vendo quatro hélices. Entretanto, na verdade, o Laté 521 possuí seis motores! Isso aconteceu porque os motores orginalmente escolhidos nunca foram construídos, fazendo com que a fabricante fosse obrigada a escolher motores menos potentes. Para chegar na mesma potência dos motores originais eram necessários seis motores ao invés de quatro. Porém a estrutura de quatro motores foi mantida e os seis motores foram montados internamente para caber numa estrutura de quatro motores, dessa forma a aeronave manteve dois pares de hélices, mas com seis motores.
No inicio dos anos 1970, as companhias aéreas brasileiras enfrentavam mais uma vez um período de crise financeira. Em junho de 1970 o governo foi claro, depois que o Ministério da Aeronáutica afirmou que o ideal seriam apenas três companhias aéreas brasileiras ao invés das quatro que existiam na época. A partir daí começou uma série de tentativas de fusões no mercado. A primeira foi a união da ainda chamada de Sadia e da Vasp, rapidamente refutada pela Vasp. Depois os olhos se voltaram para a Cruzeiro, a mais frágil financeiramente e a única que tinham voos internacionais além da Varig. Em 1974 a proposta de fusão era entre a Transbrasil e a Cruzeiro, tornando o mercado doméstico praticamente divido igualmente entre as cias brasileiras. O governo não escondia a preferencia de uma fusão entre Vasp, Cruzeiro e Transbrasil, e foi isso mesmo que foi proposto pela própria Vasp em 1975. Com essa proposta, a união das três teria nada menos que 68,5% do mercado doméstico. A proposta inicial da Vasp já previa que a aquisição poderia ser só com a Cruzeiro, deixando a Transbrasil de fora. Nesse caso a nova companhia teria 55,5% do mercado doméstico, se tornando a líder. E esse foi justamente o que se tornou o cenário mais provável. Foi ai então que a Varig, sem muito alarde, começou a se aproximar mais da Cruzeiro, e iniciou a compra de cada vez mais participação acionária na empresa, passando a ter grande influência nas decisões da companhia. No inicio de 1975 o mercado dava como certo a aquisição da Cruzeiro pela Vasp ou pela Varig. O governo falou publicamente que não iria interferir. Mas não deixou de colocar pressão ao afirmar que se uma fusão não fosse feita, todas as companhias iriam se fundir para criar uma grande estatal. Em maio veio a decisão: a Cruzeiro foi vendida para a Varig, sob fortes protestos da Vasp. Com a compra, a Varig passou a dominar 50% do mercado doméstico e a ser a única companhia aérea brasileira com voos internacionais. No momento da compra já surgiu uma nova onda de fusões, dessa vez apostando numa fusão entre a Vasp e Transbrasil para fazer frente ao Grupo Varig. Contudo sabemos essa ideia não decolou.
Sem possibilidade de gerar lucro, a Transbrasil foi a primeira a sucumbir e recebeu uma intervenção do governo em outubro de 1987. A preocupação do governo era uma eventual falência da Transbrasil, deixando o mercado com apenas duas empresas grandes. A intervenção previa sanar as dívidas da empresa, encolher a frota e iniciar voos internacionais para Miami. Para isso os executivos da empresa foram afastados e substituídos por funcionários do governo. Devido a fragilidade da empresa, começou-se a especular uma fusão com a Vasp - que não aconteceu. Em 1990 a Transbrasil voltou para mãos privadas, com uma frota de passageiros padronizada com Boeing 737 e 767 e voos internacionais para a Flórida.
No dia 1º de outubro de 1990 a Vasp foi privatizada e adquirida pelo consórcio Voe/Canhedo. A partir daí a companhia seria a protagonista de uma expansão jamais vista na história da aviação comercial brasileira. Os planos inicias eram devolver todos os jatos antigos da frota, incluindo todos os A300, aumentar a presença no mercado doméstico, lançar voos internacionais e ter uma subsidiária dedicada ao transporte de carga. Para o serviço de bordo, Canhedo deixou claro que o objetivo era alcançar o "padrão Varig". Em 1991 Canhedo já falava em trazer três Boeing 767 e quatro Boeing 747, além dos 21 Boeing 737-300 que a companhia já estava recebendo. Deixando os executivos do setor perplexos com a ousadia. O empresário estava com tanta pressa de lançar voos internacionais que já estava negociando com a Pluna para fazer voos internacionais para Miami e Madrid a partir de Montevidéu. E a primeira rota internacional pós privatização não demorou muito: São Paulo - Buenos Aires, em maio de 1991 (a companhia já voava para Aruba). Porém o acordo com a Pluna não saiu e os B767 e B747 foram trocados por DC-10 e MD-11. O próximo passo foi a Tam. Em junho de 1991, Canhedo falou a polêmica frase para Rolim Amaro: "Ou você me vende a Tam ou vai quebrar". Com a recusa de Rolim, Canhedo ameaçou entrar no mercado regional, com 50 EMB-120, porém nunca concretizou a ameaça. Na visão de Canhedo Tam e Transbrasil estavam fadadas a falirem ou serem compradas pela Vasp. Para ele a Vasp rapidamente conquistaria 50% do mercado doméstico e começaria a fazer frente a Varig no mercado internacional, até um momento em que até mesmo a Varig sucumbiria a Vasp. Para sua expansão avassaladora, Canhedo também contava com uma ajudinha do governo. Nunca foi oficialmente provado, mas certamente foi espantoso a facilidade que a Vasp conseguiu suas rotas internacionais, inclusive rotas que a Varig havia pedido e que já dava como certo a aprovação como Seul e Osaka. Foi nesse momento que a Varig percebeu que o jogo virou. Pela primeira vez ela não conseguiu o que queria e viu seus pedidos negados em detrimento a Vasp.
A Vasp manteve seus voos para Buenos Aires, porém estes também logo foram cancelados, fazendo com que a empresa passasse a operar somente voos domésticos. Apesar da expansão internacional, a Vasp vinha perdendo participação no mercado doméstico desde 1991, saindo de 31,5% para 13% em 1999. A Vasp fechou o ano de 2000 com uma frota de 31 aeronaves e uma fatia do mercado menor do que tinha antes de ser privatizada.
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