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Após 40 anos, o adeus ao Boeing 767 para passageiros no Brasil
No dia 15 de setembro de 2023 a Latam Brasil realizou o seu último voo regular de passageiros com o Boeing 767. O responsável pelo voo derradeiro foi o PT-MOD, no voo LA3561 de Manaus para São Paulo, que pousou no Aeroporto Internacional de Guarulhos às 18h48. Após isso o B767 seguiu para a sede de manutenção da empresa em São Carlos. O último voo internacional operado pelos B767 foi entre São Paulo e a Cidade do México.
Desde 2013 o Boeing 767-300ER se tornou a principal aeronave da Latam Brasil para voos internacionais. A companhia chegou a operar 19 unidades simultaneamente, incluindo cargueiros, em 2017. Os B767 eram complementados pelos wide-bodies maiores A350 e B777. Porém as coisas mudaram com a pandemia do COVID-19. Como parte da reestruturação do grupo, ficou decidido operar apenas com os wide-bodies B787 e B777. Sendo assim os A350 foram retirados de operação rapidamente, enquanto os B767 foram gradualmente sendo substituídos.
A aeronave escolhida para substituir os dois modelos nas operações do Brasil foi o Boeing 787-9 (embora existam voos na malha brasileira operados pela divisão chilena com o B787-8). No entanto os B787-9 vieram com uma "novidade regulatória", o chamado Intercâmbio de Aeronaves. Nesse formato os B787-9 não são transferidos para a filial brasileira, eles permanecem na frota da filial chilena e são "emprestados" para realizar os voos a partir do Brasil. Com exceção de uma unidade (PS-LAA), que foi usado na obtenção das certificações necessárias para operar a aeronave no Brasil, todos os B787 usados pela Latam Brasil possuem matricula chilena e não são contabilizados na frota de aeronaves comerciais do Brasil. A vantagem é a maior facilidade e flexibilidade e menores custos para a companhia aérea que utiliza esse formato. Uma medida para proteger os empregos no Brasil é que esses voos têm que ser operados com tripulação brasileira. Entretanto a Latam também utiliza o modelo de operar com aeronaves e tripulação da Latam Chile fazendo escala no Brasil, como por exemplo a rota Santiago - São Paulo - Paris.
De "tapa buraco" para espinha dorsal da frota internacional
Os três primeiros Boeing 767-300 operados pela Tam foram para "tapar o buraco" enquanto a companhia aguardava a chegada de mais unidades do A330. Eles chegaram em 2008, num momento que a Tam estava "correndo" para suprir o espaço deixado pela Varig no mercado internacional. Porém ao invés de serem substituídos pelos A330, os B767 se mostraram ideais para rotas de menor demanda como Belo Horizonte - Miami e permaneceram na frota. Os 767 eram as aeronaves escolhidas pela Tam para testar novos mercados, como por exemplo os voos entre as capitais do nordeste e a Europa e Flórida.
Os três 767 ainda estavam lá em 2012, quando a Tam se fundiu com a Lan, formando a Latam. E ai os planos mudaram. Saiu os A330 e entrou mais B767 para padronizar a frota do grupo.
Os B767 continuarão voando no Brasil
O último pouso do PT-MOD no dia 15/9 marcou o fim de uma era que foi iniciada há 40 anos, quando a Transbrasil recebeu o seu primeiro Boeing 767-200. A aeronave foi muito popular no final dos anos 1980 e durante toda a década de 1990 e 2000, sendo operado por várias companhias aéreas brasileiras. A menos provável de todas foi justamente a que encerrou o ciclo. A frota da Tam era totalmente composta por aeronaves Airbus antes da chegada dos B767 e B777 em 2008.
Apesar de ser o último voo de passageiros, o Boeing 767 ainda deverá ter uma carreira longa no Brasil no segmento de cargas. A primeira companhia aérea brasileira a operar esse modelo na versão cargueira foi a Absa Cargo, que hoje é a Latam Cargo Brasil. O grupo Latam inclusive anunciou e já colocou em prática a sua estratégia de aumentar a frota cargueira de Boeing 767 na América do Sul.
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