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Notícias rápidas - Dezembro/2021
KLM vai de neo
A Air France-KLM anunciou a encomenda de até 160 aeronaves da Família A320neo para renovar a frota da KLM e Transavia. As duas eram umas das poucas companhias aéreas europeias que ainda operavam Boeing 737.
Último gigante
A Airbus entregou o último A380 para a Emirates. Após apenas 14 anos de produção, o super jumbo chega ao fim com apenas 123 unidades produzidas.
Azul Conecta encomenda novas aeronaves
A subsidiária da Azul encomendou até 10 aeronaves Cessna Gran Caravan EX diretamente da fábrica. A nova versão possui motores mais potentes e apresenta melhor performance do que as versões anteriores.
Gol retoma malha internacional
A Gol finalmente voltou a realizar voos internacionais que estavam suspensos desde o inicio da pandemia. Os primeiros destinos foram Punta Cana, Montevidéu e Cancun.
Avianca low cost
Conhecida nos últimos anos por focar em um produto premium, após sair da recuperação judicial, a Avianca irá agora se reestruturar para competir diretamente com as concorrentes low cost, low fare, capturando também os passageiros mais sensíveis ao preço. Algumas das medidas são a redução do número de modelos na frota, novos assentos sem reclinação e o aumento do número de assentos nas aeronaves.
Natal frustrado
Poucos dias antes do Natal a ITA anunciou a suspensão total das suas operações por falta de dinheiro. A novata já vinha apresentando dificuldades financeiras desde os primeiros meses de operação e sistematicamente ajustando os seus planos de expansão.
A maioria das companhias aéreas brasileiras duraram pouco
Qual é a maneira mais fácil de se tornar um milionário? Resposta: Ser um bilionário e abrir uma companhia aérea.
Essa frase resume o quão difícil é o setor aéreo, não só no Brasil mas no mundo inteiro. As companhias aéreas estão sujeitas a vários fatores que elas não podem controlar, tornando difícil de ser um negócio consistentemente lucrativo.
Já foram criadas mais de 100 companhias aéreas no Brasil
Os brasileiros estão acostumados a ler nos jornais sobre três ou quatro grandes companhias aéreas nacionais, porém o Brasil já teve mais de uma centena de companhias. A maioria delas faliu ou foi comprada por outra companhia aérea, refletindo a dificuldade de se manter nesse setor.
O Brasil teve duas grandes explosões no número de companhias aéreas: a primeira no final da Segunda Guerra Mundial, no embalo do DC-3, e outra com a desregulamentação do setor aéreo na década de 90. Nas duas vezes o setor logo depois passou por um processo de consolidação com várias companhias aéreas falindo ou sendo compradas, reduzindo o número para três ou quatro grandes e algumas poucas regionais. A seguir vamos falar um pouco de cada período da aviação comercial brasileira.
Ao pesquisar sobre os primórdios da aviação comercial brasileira, as origens alemãs são facilmente encontradas com a criação das duas primeiras companhias aéreas brasileiras Varig e Syndicato Condor (Cruzeiro), respectivamente. O interesse da Alemanha estava ligado ao fim da Primeira Guerra Mundial, onde o Tratado de Versalhes proibiu a construção de aviões militares na Alemanha. Dessa forma, enquanto os Estados Unidos investiam na aviação militar, os alemães focaram na aviação comercial. Desde o início do século XX a Alemanha começou a estabelecer áreas de influência na América Latina, buscando mercados para seus produtos e matéria-prima para suas fábricas, com objetivo de superar sua limitação territorial e a depressão alemã. Enquanto a Varig se tornou uma companhia regional independente, a Syndicato Condor tinha ligação direta com a Lufthansa, sendo usada como uma subsidiária regional para alimentar os voos da companhia alemã para o Brasil e América do Sul. Com investimentos da matriz na Alemanha, a Syndicato Condor logo se tornou a maior companhia aérea do Brasil, com quase 20 aeronaves já em 1933. A Alemanha também tratou de equipar a frota de quase todas as companhias aéreas brasileiras da época com suas aeronaves. A mais famosa foi o Junkers JU-52, que operou na Syndicato Condor, Varig e Vasp.
A evolução da discriminação de preços nas companhias aéreas
Você acha aquela promoção justamente para o destino que estava querendo viajar e compra a passagem por um preço excelente. Mas quando chega no aeroporto descobre que vai ter que pagar X para despachar a mala, Y se quiser marcar o assento e Z se quiser alterar o horário do voo. Se tiver algum imprevisto, o bilhete não tem reembolso. Você caiu nas técnicas de discriminação de preços do terceiro grau das companhias aéreas.
Por exemplo o passageiro A e o passageiro B vão fazer a mesma rota em classe econômica. O passageiro A está viajando a trabalho, por isso não tem muita flexibilidade de dia e horário e esta disposto a pagar mais para comprar um voo que esteja mais alinhado com a sua agenda. Já o passageiro B está viajando para lazer e não se importa muito com o dia de ida ou o dia de volta, logo esse passageiro vai escolher os dias e horários em que a passagem estiver mais barata. Assim a companhia aérea ajusta os preços das passagens, fazendo com que os passageiros que viajam para lazer voem em dias e horários onde os voos estão mais vazios ao mesmo tempo que garante que os passageiros viajando a trabalho paguem mais pelo mesmo voo. Por esse motivo, num típico voo da ponte aérea entre Rio e São Paulo, um passageiro pagou apenas R$ 282 pelo voo, pois comprou com meses de antecedência e tinha flexibilidade de data e horário, enquanto o passageiro que está sentado ao lado dele pagou R$ 1.988 para fazer exatamente o mesmo voo, no mesmo horário, na mesma classe. Isso porque esse outro passageiro comprou a passagem um dia antes e não tinha flexibilidade de dia e horário.
O que normalmente muda nas famílias de tarifas |
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TARIFA BÁSICA |
TARIFA INTERMEDIÁRIA |
TARIFA PREMIUM |
Refeição |
Pago |
Pequeno lanche grátis e lanche completo pago |
Lanche completo grátis |
Bagagem |
Pago |
1 bagagem grátis para despachar |
2 bagagens grátis para despachar |
Escolher assento |
Pago |
Grátis e assento com mais espaço pago |
Assento com mais espaço gratis e possibilidade de bloquear o assento ao lado |
Lounge |
Não |
Pago ou grátis |
Grátis |
Prioridade check-in e embarcar |
Não |
Sim ou não |
Sim |
Antecipar ou adiar |
Pago |
Pago ou grátis |
Grátis |
Cancelar |
Não |
Sim |
Sim |
Por que a Azul se recuperou mais rápido que a Gol e Latam?
Nos últimos meses temos visto uma troca de posições intensa entre as três principais companhias aéreas brasileiras Azul, Gol e Latam. Cada uma já ficou na liderança em algum mês desse ano, reflexo de uma demanda ainda instável devido à pandemia do COVID-19.
Porém a Azul vem se destacando, sendo a empresa que mais rápido conseguiu recuperar a demanda, que inclusive já superou a demanda de 2019, anterior a pandemia! Mas como a Azul conseguiu esse feito e por que a Gol e Latam estão tendo mais dificuldade de recuperar a demanda?
1. A pandemia afetou sim a Azul
A pandemia afetou não só a a Azul, mas todo o setor aéreo mundial. A companhia teve um prejuízo bilionário em 2020 e precisou demitir funcionários. Porém, por diversos fatores, alguns mencionados a seguir, a companhia foi a que mais rápido conseguiu se recuperar. A Azul voltou a contratar e registrou lucro no quarto trimestre de 2020 e segundo trimestre de 2021.
Atualmente as três grandes companhias aéreas estão tecnicamente empatadas, mas enquanto a Azul já recuperou praticamente tudo e até superou o volume de passageiros transportados em 2019, a Gol e Latam ainda têm uma demanda reprimida significativamente maior.
2. Malha regional
A primeira coisa que você nota quando confere as malhas domésticas das companhias aéreas é que a Azul voa para muito mais destinos no Brasil do que a Gol e Latam. "Desde que o mundo é mundo" as companhias aéreas normalmente começam voando voos regionais, vão crescendo, passam a voar para as capitais, começam a conectar as capitais e a medida que crescem mais vão abandonando as rotas regionais e focando nos grandes centros, onde os voos têm maior rentabilidade. Quem quer voar entre Tefé e Tabatinga quando pode voar entre Rio e São Paulo?
Embora menos lucrativos e atraentes, os voos regionais cumprem um papel importante de alimentar os voos. Um passageiro da cidade de Pato Branco precisa pegar um transporte terrestre até Curitiba para poder viajar de avião para outras cidades ou para fora do Brasil por exemplo. Ao criar uma rota regional passando por Pato Branco, essa mesma pessoa irá escolher essa empresa que criou o voo e isso vai aumentar o número de passageiros. Agora multiplica isso por cem, pois a Azul atende mais de cem cidades no Brasil. Essa é a grande vantagem e força da companhia. A Gol e Latam têm uma malha muito concentrada em São Paulo e Brasília, que sim são os aeroportos mais movimentados do país. Porém quando a pandemia chegou, os grandes centros foram justamente os mais afetados. Foi lá que a demanda mais despencou, consequentemente a demanda da Gol e Latam diminuiu mais do que da Azul.
Gol e Latam: foco em São Paulo e Brasília |
Enquanto todos estavam de home office em São Paulo, o agronegócio estava a todo vapor na região Centro-Oeste por exemplo. Não tem como fazer a colheita e escoar a produção por home office, logo nessa região a demanda retraiu menos. Gol e Latam só tem voos de São Paulo e Brasília para Campo Grande e Cuiabá. Já a Azul voa para mais de 10 destinos além das capitais Campo Grande e Cuiabá, ligando os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul com várias capitais do país como Porto Velho, Curitiba, Goiânia, Recife, Maceió, Palmas, Belém, Belo Horizonte, Rio e os clássicos Brasília e São Paulo.
Outro exemplo são as pequenas e médias empresas espalhadas no interior do país e pessoas no setor informal da economia que dependem muito mais dos voos para vender seus produtos e serviços e fazer negócios. Enquanto os grandes centros concentram grandes empresas, com maior complexidade e tecnologia, onde seus funcionários permanecem em home office.
Não é de hoje que a Gol e Latam perceberam que o Brasil não se resume a São Paulo, Rio e Brasília. Já houveram vários projetos para criação de voos regionais, mas nenhum decolou de fato. O que as duas fizeram nessa direção foram acordos de code-share com outras companhias regionais como a Passaredo. No entanto isso é diferente de operar voos próprios. Um dos motivos da resistência das duas empresas é a necessidade de adquirir aeronaves menores, o que aumentaria a complexidade de suas frotas. Vamos abordar melhor esse assunto no ponto 4.
3. Destinos únicos
Nada menos que em 80% de suas rotas a Azul é a única companhia aérea, ou seja, não tem concorrentes. Não é surpresa para ninguém que se só uma companhia aérea voa para aquele destino ou faz aquela rota, o preço da passagem será maior.
Muita gente se pergunta "Por que a Azul é tão cara?" A pergunta foi respondida no parágrafo anterior.
Um passageiro hipotético de Parnaíba precisava pegar um ônibus todo mês para visitar sua família em Teresina, pois não haviam voos comerciais. Quando a Azul lançou seu voo em Parnaíba esse passageiro percebeu que as mais de 6h de viagem se transformaram em apenas 45 minutos e agora ele pode ir visitar a família toda a semana, sempre de Azul é claro, pois é a única companhia aérea que voa para Parnaíba. Esse passageiro aceita que a Azul cobre um preço bem caro pela passagem, pois a diferença de tempo de viagem compensa.
Outro passageiro hipotético mora em Maringá e vai visitar a sua família em Curitiba. A Gol e Latam possuem voos em Maringá, mas apenas para São Paulo. Esse passageiro teria que fazer conexão para chegar em Curitiba. Ou então ele pode ir de Azul que tem um voo direto entre Maringá e Curitiba. Mesmo que a Azul cobre mais caro que a Gol e Latam, para o passageiro compensa ir de Azul porque é um tempo de viagem significativamente menor, além de ser muito mais cômodo.
Mas por que Gol e Latam não fazem a mesma coisa? A resposta está no próximo tópico.
4. Frota diversificada
Quando a Gol chegou no mercado, em 2001, ela trouxe o conceito "menos é mais". O modelo da companhia se baseou em operar um único tipo de aeronave. Isso realmente traz vários benefícios como custo menor de manutenção, treinamento, entre outros. Já a Azul adotou uma estratégia oposta, sua frota é composta por vários modelos de aeronaves, desde pequenas aeronaves regionais até grandes wide-bodies para voos de longa distância. Apesar de trazer maior complexidade, maiores custos de manutenção e treinamento, a Azul tem muito mais flexibilidade do que suas concorrentes.
Se a Gol quiser operar em Porto Trombetas, ela não vai poder usar o seu Boeing 737 para 186 passageiros, pois não tem demanda para uma aeronave tão grande. Além disso é muito comum que aeroportos regionais não tenham infraestrutura necessária para receber um jato do porte de um B737 ou A320. Mas a Azul tem o avião ideal para operar lá, um ATR ou um E-Jet dão conta do recado. A expansão da Gol e Latam nas rotas regionais esbarra exatamente na necessidade de ter aeronaves regionais que são menores do que os menores modelos utilizados pelas duas atualmente. Gol e Latam usam B737 e A320 porque para voos entre grandes centros eles são ideais. Como essas aeronaves levam mais passageiros, o custo por assento é menor do que um E-Jet por exemplo. Mas a grande questão é: não adianta ter um custo menor por assento se você não consegue encher a aeronave!
Com a pandemia do COVID-19 a demanda despencou. Quanto maior a aeronave, mais caro é mantê-la parada. Se antes os B737 e A321 da Gol e Latam voavam com mais de 80% das suas capacidades de 186 e 220 passageiros, respectivamente, agora ficou muito mais difícil para as duas encherem os seus aviões. Por exemplo: o A321 da Latam voava com 80% de ocupação, levando 187 passageiros numa determinada rota. Com a pandemia a demanda caiu 70%, ou seja, agora embarcam apenas 56 passageiros. Mesmo que a Latam coloque a sua menor aeronave (A319), com capacidade de 144 passageiros, a ocupação seria de 39% - prejuízo na certa. Já a Azul tem muito mais flexibilidade. Para o mesmo caso ela poderia estar usando um A321neo para 214 passageiros, com 87% de ocupação antes da pandemia. Com a redução da demanda, os 56 passageiros embarcariam num ATR-72 para 70 passageiros, que teria uma ocupação de 80% - lucro na certa. Mesmo que a demanda não se recuperasse rapidamente e alguns meses depois essa demanda aumentasse para 112 passageiros, a Azul poderia colocar um E-Jet para fazer a rota ao invés de um Airbus, mantendo uma ocupação mais alta e garantindo um voo mais lucrativo.
A Azul foi ainda mais fundo na sua estratégia em plena pandemia, quando comprou a TwoFlex e passou a operar aeronaves Cessna 208 para apenas 9 passageiros. Com essas aeronaves, a Azul pode operar em destinos ainda mais remotos, alimentando a sua malha. Os grandes centros têm farta oferta de voos enquanto muitas cidades do interior sequer tem voos regulares, mas estão crescendo. A Azul tem um "leque" grande podendo iniciar os voos com um C208, passar para um ATR, depois um E-Jet e quem sabe no futuro um Airbus.
A Azul vai ser a líder do mercado doméstico então?
Pode ser que sim e pode ser que não. A Azul está na vantagem nesse momento porque a demanda no interior se recuperou mais rápido que nos grandes centros e a maior parte das rotas operadas pela Azul não tem concorrência. A partir do momento que a demanda nos grandes centros se recuperarem com mais vigor, Gol e Latam terão a vantagem de poderem atender o aumento da demanda mais rapidamente por terem mais aeronaves paradas do que a Azul.
Notícias rápidas - Setembro/2021
Qatar de novo
A Skytrax divulgou o ranking das melhores companhias do mundo e o top 5 não foi surpresa, pois elas já são "figurinhas carimbadas" nas primeiras posições nos últimos 10 anos. Qatar Airways, Singapore, ANA, Emirates e JAL, nessa ordem, foram as melhores de 2021. Na América do Sul, a Latam é a primeira a aparecer na 45º posição, seguida pela Azul em 47º.
SAA de volta
Após concluir o processo de recuperação judicial, a South African Airways voltou a realizar voos domésticos e na África com aeronaves A319/A320. Há planos para voos intercontinentais no futuro.
Latam retoma no internacional
Apesar de ainda tímida, a recuperação do mercado internacional fez a Latam voltar a voar para alguns destinos como Barcelona e Paris. Atualmente a filial brasileira está atendendo: Montevidéu, Santiago, Assunção, Bogotá, México, Cancun, Miami, Nova York, Lisboa, Madri, Barcelona, Paris e Frankfurt.
Adeus Alitalia
Após anos de crise financeira, a Alitalia irá encerrar as operações no dia 15 de outubro de 2021. No mesmo dia a sucessora ITA (Italia Transporto Aereo) irá iniciar operações, inicialmente para 45 destinos com um frota de 52 aeronaves. Voos para o Brasil estão previstos para 2022. A nova companhia poderá ainda continuar a se chamar Alitalia, se for a vencedora de um leilão que irá vender o direito de usar a marca.
Premium Economy
A Swiss foi mais uma companhia aérea que se rendeu à Premium Economy, a classe entre a Executiva e a Econômica. Dependendo da companhia aérea, o que é uma Premium Economy varia bastante. Desde apenas mais espaço entre as fileiras com ou sem assento do meio bloqueado, até assentos maiores, mais equipados e serviços de melhor qualidade.
JetBlue em Londres
A companhia lançou recentemente o seu voo transatlântico entre Nova York e Londres, um dos mercados mais movimentados e competitivos do mundo. Os voos são operados com aeronaves A321, equipados com classe executiva em assentos flat-bed.
Novo grupo aéreo?
A Nella Airlines é uma empresa americana controlada por brasileiros. Apesar de fundada há pouco mais de um ano, adquiriu em julho a venezuelana Albatros Airlines e em agosto a boliviana Amaszonas Línea Aérea. A Nella também tem intenção de criar uma companhia aéra no Brasil, operando voos no mercado regional. Porém a empresa espera que o processo de certificação só será concluído em 2022.
Latam e Gol vão às compras
A Latam anunciou um acordo com a Airbus para a compra de 28 novas aeronaves da Família A320neo, que somaram aos 42 já encomendados. Já a Gol fez uma encomenda adicional de 28 Boeing 737 MAX, com objetivo de acelerar a renovação da frota.
Sai A350-900 e entra B787-9
Com a crise provocada pelo COVID-19, a Latam entrou com um pedido de recuperação judicial em maio de 2020. Como resultado da reorganização da companhia, a Latam optou por se desfazer de todos os seus Airbus A350-900 e manter somente wide-body (aeronaves de fuselagem larga) da Boeing. Ao focar somente em aeronaves da mesma fabricante, o grupo Latam consegue cortar custos e ser mais eficiente. Com uma menor variedade de modelos de aeronaves, a empresa reduz custos de treinamento, diminui a variedade de motores e peças de reposição necessárias, entre outros.
A saída do A350 afetou a filial brasileira do grupo, a única que operava o modelo. O A350 havia sido escolhido como substituto do A330, em 2007, quando a Latam Brasil ainda era a Tam. Enquanto o B787 foi escolhido como substituto do A340 e B767 pelo grupo Lan em 2010. Também em 2010 a Lan e Tam se uniram para formar a Latam. Apesar de manterem as encomendas já feitas anteriormente a fusão, talvez a composição da frota seria diferente se estivesse sido feita em conjunto e não quando ainda eram empresas independentes. Com a criação da Latam, os A330 foram substituídos pelo B767 e não pelo A350. A intenção inicial era substituir os B777 pelos A350, inclusive a troca de algumas unidades do A350-900 pela versão maior A350-1000 foi cogitada. Porém após aumentar o número de assentos do B777 de 362 para 410, o grupo Latam ficou convencido que valeria mais a pena manter o B777 na frota, com um valor de leasing menor do que o A350-1000 e mais assentos.
A Latam Brasil passou então a operar a maioria dos B767 e todos os A350 e B777, enquanto a Latam Chile passou a operar todos os B787 e alguns B767 para outras filiais como Latam Colombia, Latam Peru e Latam Ecuador. Mesmo assim o grupo como um todo permaneceu operando quatro tipos de aeronaves wide-body diferentes e de dois fabricantes. Não é muito difícil encontrar uma companhia aérea que opere vários modelos de wide-body diferentes, inclusive de fabricantes diferentes. Se por um lado uma variedade maior de modelos de aeronaves permite que a companhia aérea adeque melhor a oferta de assentos à demanda de passageiros em cada rota, por outro lado quanto menor a variedade de aeronaves, menor os custos de treinamento, manutenção, entre outros. No caso da Latam, o Boeing 787-9 e o Airbus A350-900 têm uma capacidade próxima, para 313 e 348 passageiros, respectivamente, na configuração da Latam. O B787 foi justamente o escolhido para suprir o gap entre o B767 e B777 na filial brasileira. Isso pode ser feito de duas maneiras: voos operados pela Latam Chile com tripulação chilena ou utilizar o intercâmbio de aeronaves, onde o B787 continua com matricula chilena, mas realiza voos pela Latam Brasil com tripulação brasileira. O grupo inclusive já começou os primeiros passos para que a segunda opção possa ocorrer, com a certificação do modelo e de tripulantes brasileiros para voar no modelo. A Latam já operou o B787 em rotas saindo do Brasil antes, mas sempre pela primeira opção mencionada anteriormente.
A350-900 x B787-9
Apesar de não serem concorrentes diretos, o Airbus A350 e o Boeing 787 são os wide-body mais modernos de suas respectivas fabricantes. Inicialmente o A350 foi lançado como um concorrente direto do B787 e seria baseado no A330. Porém a Airbus modificou o projeto, tornando-o maior e concorrendo na categoria do B777. Mesmo assim as maiores subvariantes do 787 têm capacidade próxima a menor variante do A350.
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Airbus A350-900 | Boeing 787-9 |
Comprimento: | 66 metros | 63 metros |
Envergadura: | 64 metros | 60 metros |
Altura: | 17 metros | 17 metros |
Peso: | 192 toneladas | 129 toneladas |
Peso máximo de decolagem: | 280 toneladas | 254 toneladas |
Motores: | 2x RR | 2x RR |
Capacidade de combustível: | 141 mil litros | 126 mil litros |
Velocidade: | 903 km/h | 913 km/h |
Alcance: | 15 mil km | 13,9 mil km |
Passageiros: | 348 | 313 |
Configuração de assentos: | 3+3+3 | 3+3+3 |
Largura da cabine: | 5,6 metros | 5,4 metros |
As principais características do A350 e B787 são os motores modernos e altamente eficientes, e a grande utilização de materiais compostos, que reduzem o peso da aeronave. Para os passageiros, as duas aeronaves trazem iluminação personalizável em LED, pressão na cabine de 6 mil pés (ar mais úmido e agradável), novo sistema de ar condicionado. Apesar das duas terem janelas maiores, o A350 possui uma janela mais "tradicional", enquanto o B787 inovou com a utilização de vidro inteligente. Por outro lado o A350 oferece uma cabine mais espaçosa. Na Latam as duas aeronaves têm uma configuração na classe econômica de 3+3+3 assentos, porém o A350 é mais largo que o B787.
A Latam não foi a única companhia no mundo a operar os dois wide-body mais modernos simultaneamente, algumas inclusive usando a mesma combinação de modelos.
- Opera apenas A350: Delta, Iberia
- Opera apenas B787: Aeromexico, Air Canada, American, ANA, KLM
- Opera A350 e B787: Air China, Air France, British, China Eastern, China Southern, JAL, Qatar, Singapore, United
No caso do B787-9 a Latam optou por efetivamente transferir a aeronave para a filial brasileira, dessa forma o B787-9 (ex-CC-BGO) ganhou uma matricula brasileira PS-LAA. Uma possível razão para a transferência efetiva e não o intercâmbio de aeronaves, é que o intercâmbio normalmente é um transferência em caráter temporário, independentemente do prazo. No entanto aparentemente o B787-9 veio para ficar permanentemente na filial brasileira, fazendo então mais sentido a transferência efetiva.
- B767-300ER: México, Barcelona
- B787-8: Paris
- B787-9: Orlando, Lisboa, Madri,
- B777-300ER: Miami, Nova York, Frankfurt, Milão, Roma, Londres
Notícias rápidas COVID-19 2021
Latam volta para Cancun
Com o México sendo um dos poucos países aberto para turistas, a Latam decidiu retornar com o voo direto entre São Paulo e Cancún a partir de junho. Anteriormente essa rota havia sido operada entre 2014 e 2017.
Leilões de aeroportos
O governo brasileiro leiloou 22 aeroportos para a iniciativa privada em abril. Entre eles estão os aeroportos de Curitiba, Foz do Iguaçu, Manaus e São Luis.
Aposta no doméstico e no lazer
Com o avanço da vacinação, as companhias aéreas estão apostando que a recuperação mais rápida virão dos destinos turísticos e dos voos domésticos, enquanto os voos por motivos de trabalho deverão demorar mais para se recuperar.
Vem ai a ITA
O Grupo Itapemirim pretende lançar em breve uma companhia aérea para voos com passageiros e aeronaves Airbus da Família A320. A empresa está fazendo os últimos procedimentos para entrar em operação.
China lidera
Pela primeira vez um aeroporto chinês foi o mais movimentado do mundo em 2020. O COVID-19 alterou bastante o ranking dos aeroportos mais movimentados. Nada menos que 7 aeroportos chineses firam entre os 10 mais movimentados no ano passado. Em 2020 o tráfego global de passageiros caiu 64%.
Preços em baixa
Segundo o relatório de Tarifas Aéreas Domésticas da ANAC, voar no Brasil nunca foi tão barato como em 2020. O preço médio da tarifa em 2020 foi de R$ 376,29, queda de 14,5% em relação a 2019.
Nunca deixa de operar
Em meio a crise do COVID-19, onde fronteiras são abertas e fechadas e abertas novamente, algumas companhias aéreas nunca deixam de operar. Um exemplo é a Air France/KLM que nunca deixou de operar no Brasil e chegou a ter que fazer voos apenas cargueiros devido às restrições. Outro exemplo é a Emirates que chegou a transportar passageiros apenas no trecho Dubai - São Paulo e decolava sem nenhum passageiro no trecho São Paulo - Dubai.
Hora de encomendar mais aeronaves?
Se por um lado as companhias aéreas têm tido um custo gigantesco com as aeronaves paradas em solo, por outro o preço das aeronaves estão em baixa justamente por causa da pouca demanda. Ao adquirir aeronaves significativamente mais baratas, a companhia aérea tem uma grande vantagem em relação aos concorrentes.
Novas aeronaves adiadas
Com a baixa demanda do setor, as companhias aéreas estão postergando o recebimento de novas aeronaves. A Boeing e a Embraer já anunciaram que seus novos modelos, B777X e E-175 E2, sofrerão atrasos na entrada em operação.
Investindo em carga
A Latam anunciou que irá incorporar de forma gradativa 10 Boeing 767-300F nos próximos três anos, totalizando uma frota de 21 Boeing 767 cargueiros até 2023.
Azul e Latam
As duas companhias confirmaram o fim do code-share em agosto, após um ano de acordo. O acordo foi uma forma de enfrentar a queda da demanda durante o auge da pandemia. Enquanto a Azul divulgou que ficou satisfeita com o acordo, a Latam afirmou que o volume de passageiros ficou aquém das expectativas.
Norwegian sai da concordata
A Norwegian informou que levantou o capital necessário para sair de seu processo de reestruturação. Durante o processo, a empresa reduziu sua dívida, saiu do mercado de longa distância, cancelou pedidos de aeronaves e reduziu sua frota de 156 para 51 aeronaves.
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