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sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Gol entra com pedido de recuperação judicial nos EUA

Seguindo os mesmos passos da Latam e Avianca, a Gol anunciou ontem a entrada voluntária com um pedido de Chapter 11 nos EUA - equivalente a um pedido de recuperação judicial. A empresa continuará operando normalmente, no entanto o processo permitirá que a Gol consiga a levantar capital e reestruturar as dívidas, que cresceram substancialmente durante a pandemia do COVID-19.

Além de reestruturar suas finanças, a Gol também espera melhorar sua competividade assim como fizeram Latam e Avianca. As reduções de custos geradas pela bem-sucedida recuperação judicial (Chapter 11) fizeram com que a Latam alcançasse a liderança no mercado doméstico no Brasil, graças aos novos voos que puderam ser lançados com a sua nova estrutura de custos mais baixa. Já a Avianca, além do Chapter 11, passou por um profundo processo de mudança dos seus produtos e serviços, passando a operar como uma low cost, low fare. Se por um lado houveram muitas reclamações dos passageiros acostumados com serviços de alta qualidade, por outro a Avianca pôde ampliar a sua malha, operando voos inéditos como Bogotá - Belo Horizonte, e ser mais agressiva na competição por preço.





quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Participação no mercado 2022/2023 - América do Sul

Além do clássico participação no mercado para o Brasil, esse ano também fizemos uma análise da participação das companhias aéreas nos países da América do Sul. 

Se anteriormente o comum era que cada país fosse dominado por sua companhia de "bandeira", no Uruguai Pluna, na Argentina Aerolineas, no Chile Lan, no Paraguai LAP, na Bolívia LAB, no Peru AeroPeru, no Equador TAME, na Colômbia Avianca e na Venezuela Viasa, agora a região é dominada pelos grupos aéreos, uma tendência global de consolidação do setor que criou gigantes aéreos. Atualmente os dois grupos dominantes são o Grupo Latam, com subsidiárias no Brasil, Paraguai, Chile, Peru, Equador e Colômbia, e Grupo Aba, com representantes na Argentina, Brasil, Equador e Colômbia. 


Uruguai
Atualmente o país não tem uma companhia grande nacional e o mercado é dominado pelas estrangeiras. Recentemente as low cost, low fare sul-americanas começaram a ofertar voos a partir de Montevidéu como a Sky e a Jetsmart



Argentina
Recentemente o mercado perdeu uma competidora com o fim da Latam Argentina. O país ainda é dominado pela companhia de bandeira Aerolineas Argentinas, mas essa situação pode mudar pela primeira vez no país, que recentemente viu a criação de novas empresas low cost, low fare e também a mudança da política do recém eleito governo Milei que pretende privatizar a Aerolineas.



Chile
Tradicionalmente dominado pela Lan e agora Latam, o mercado têm sido agitado pelas low cost, low fare que têm competido agressivamente. Porém até o momento a Latam manteve sua liderança consolidada.




Paraguai
Desde 1996 o país é dominado pela Tam Mercosur, atualmente Latam Paraguai



Bolívia
Após o colapso da tradicional LAB, o mercado foi dominado por um curto período pela Aerosur. Porém a companhia não foi capaz de suportar a competição da empresa estatal BOA, que atualmente domina o mercado.




Peru
Após o fim da AeroPeru, o mercado do Peru passou a ser dominado pela Taca. Porém com o enfraquecimento do grupo Avianca-Taca, a Latam Peru assumiu a liderança, que mantém até hoje.
Desde a criação do Grupo Latam, o hub de Lima têm sido um importante centro de conexão, sendo o maior depois de São Paulo e Santiago. Em 2023 a Latam Peru iniciou voos para Londres, Aruba e Atlanta.




Equador
Tradicionalmente dominado pela TAME, a liderança do mercado no Equador começou a mudar em 1997 com a criação da VIP, hoje em dia Avianca Equador. Em 2003 começou a operar a Lan Equador, atualmente Latam Equador, que rapidamente se tornou a líder do mercado.



Colômbia
Tradicionalmente dominado pela Avianca, uma das companhias aéreas mais antigas do mundo. Apesar de manter a liderança, a competição aumentou consideravelmente com a entrada do atualmente Grupo Latam no país em 2011, após a aquisição da Aires - hoje Latam Colombia. Nos últimos anos o mercado da Colômbia têm tido atenção especial do Grupo Latam, que aproveitou o fim da Viva para expandir suas operações. A Joint Venture com a Delta foi outro impulsionador, que garantiu a criação de novos voos para os EUA a partir de Bogotá, Cartagena e Medellín.

 

 



Venezuela
Atualmente o setor de aviação comercial passa por uma profunda crise no país como uma consequência da grave crise econômica vivida pela Venezuela nos últimos anos. A única sobrevivente local é a Convisa, que tem suas operações garantidas por ser uma empresa estatal. Durante a fase mais aguda da crise, a maioria das companhias estrangeiras deixaram de voar para a Venezuela, pois não conseguiam receber os dólares referentes a venda das passagens. Apesar da situação ainda não estar totalmente favorável, algumas companhias aéreas estrangeiras anunciaram a volta dos seus voos para a Venezuela, como a Avianca e a Latam Peru e Latam Colombia.


Brasil
Anteriormente dominado pelo trio Varig, VaspTransbrasil, hoje o mercado é dominado pelo novo trio Latam, Gol e Azul. Nos últimos anos a Latam alcançou a liderança no mercado doméstico. Após passar por uma bem-sucedida recuperação judicial (Chapter 11 nos EUA), a companhia conseguiu reduzir seu custo e operar voos antes inviáveis, aumentando a sua oferta. Já a Azul têm se destacado pelo crescimento no mercado internacional.



Por que os dados estão diferentes da Participação no mercado 2023? Porque para ficar comparável com os dados dos outros países, utilizamos o número de passageiros transportados. Na Participação no mercado 2023 utilizamos o RPK, que mede os passageiros por km pagos transportados. Esse é um indicador mais comumente utilizado na aviação.

Fontes: Brasil (ANAC), Argentina (ANAC), Chile (JAC),  Paraguai (DINAC), Peru (DGAC), Colômbia (Aerocivil), Uruguai (DINACIA), Bolívia (DGAC) e Equador (ALTA).

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Participação no mercado 2023

No ano de 2023 o mercado internacional seguiu com uma recuperação mais forte, enquanto o mercado doméstico cresceu em ritmo menor. Porém enquanto o mercado doméstico já recuperou 96% da demanda de 2019, o mercado internacional ainda está em 88%. 

Participação no mercado 2023 (apenas voos regulares)
Empresa Bilhões de passageiros (RPK) Ocupação Média Participação no mercado Crescimento 2023x2022 Crescimento 2023x2019
Mercado nacional
Latam Brasil 35,59 81% 38,33% 10% 6%
Gol 30,59 83% 32,94% 4% -16%
Azul 26,28 79% 28,31% 4% 15%
VoePass 0,39 66% 0,42% 43% 39%
Total 92,85 81% 100% 7% -4%
Mercado internacional
Latam Brasil 23,33 87% 18,38% 44% -22%
Tap 13,66 85% 10,76% 21% 6%
Air France/KLM 10,88 91% 8,57% 13% -6%
Azul 7,96 84% 6,27% 63% 11%
American Airlines 6,77 89% 5,34% 7% -25%
United 6,14 86% 4,83% 20% -3%
Grupo IAG 5,46 90% 4,30% 19% -18%
Copa 5,35 89% 4,22% 13% -6%
Latam Airlines 5,24 89% 4,13% 34% 34%
Grupo Lufthansa 4,94 90% 3,89% -2% -30%
Qatar 4,84 80% 3,82% 3% 102%
Emirates 4,06 89% 3,20% 18% -40%
Gol 3,21 80% 2,53% 33% -41%
outras 25,08 74% 19,76% 57% -6%
Total 126,92 85% 100% 29% -12%


Latam Brasil: Completando o seu terceiro ano na liderança do mercado doméstico, a Latam ainda conseguiu uma distância maior da segunda colocada nesse ano, sendo a que mais cresceu das três grandes companhias do mercado doméstico. Após a saída da recuperação judicial (Chapter 11) a Latam Brasil voltou a ampliar a frota, que recebeu um reforço de 10 A320neo e 7 A321neo. Já no mercado internacional o grande destaque foi a Joint Venture com a Delta. Além do aumento das frequências entre Brasil e EUA pelas duas empresas, a Latam Brasil inaugurou a rota São Paulo - Los Angeles e a Latam Peru inaugurou a rota Lima - Atlanta. A Latam Brasil inclusive alcançou a liderança dos voos entre o Brasil e os EUA em agosto, feito inédito para a companhia. Além dos EUA, a Latam Brasil retomou os voos entre São Paulo e Johanesburgo, na África do Sul. Na América do Sul a Latam ampliou a conectividade para Santiago, com voos diretos de Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Foz do Iguaçu, Belo Horizonte e Brasília. O ano de 2023 também foi marcado pela saída do Boeing 767 de passageiros, substituído pelo B777 e B787


Gol: Durante o ano de 2023 a estratégia de crescimento da Gol foi prejudicada pelo atraso na entrega de novas aeronaves. Esse não é um problema exclusivo da Gol ou da Boeing, todas as fabricantes de aeronaves estão enfrentando dificuldades, pois a cadeia de suprimentos ainda não se recuperou totalmente da pandemia do COVID-19. Apesar de se manter no segundo lugar no mercado doméstico e apresentar crescimento em relação ao ano passado, a Gol poderia ter sido mais agressiva em sua expansão se tivesse recebido os 15 B737MAX previstos para esse ano. A Gol recebeu apenas 4 novos B737MAX em 2023. Já no mercado internacional o destaque ficou com os avanços do Grupo Abra, formado pela Gol e Avianca. Nesse ano a Aerolineas Argentinas se juntou ao grupo e a Gol anunciou a volta dos voos para Bogotá. Os próximos passos incluem um acordo entre os programas de fidelidade dos membros do grupo. 


Azul: Das três grandes, a Azul foi a que apresentou o menor crescimento no mercado doméstico, ficando na terceira posição. A companhia também têm enfrentado atraso na entrega de novas aeronaves da Airbus e da Embraer. Já no mercado internacional a Azul cresceu cerca de 70%, ultrapassando a a United, Air France (porém não o grupo Air France-KLM) e American Airlines e se tornando a terceira maior do mercado internacional. Nesse ano a companhia lançou voos de Belo Horizonte para Curaçao, Fort Lauderdale e Orlando, de Recife para Fort Lauderdale e Orlando e de Campinas para Paris. Na América Latina a Azul reforçou os voos para o Uruguai com voos sem escalas a partir de Recife, Guarulhos, Campinas, Foz do Iguaçu, Florianópolis e Porto Alegre para Montevidéu e de Guarulhos e Porto Alegre para Punta del Este. Para os voos internacionais, a Azul fez uma encomenda adicional de 7 A330neo, que deverão substituir os A330-200 e A350


Companhias estrangeiras: No mercado Brasil - EUA o grande destaque foi para a Delta, que quase dobrou o nº de passageiros-km transportados. A Joint Venture Latam - Delta passou a ser a líder do mercado, dominando cerca de 1/3 da demanda de passageiros. Já as participações no mercado Brasil - Europa ficaram mais estáveis. Nesse ano a Latam assumiu a liderança por 0,14 p.p. em relação a Tap. A que mais cresceu nesse mercado foi a ITA, com um aumento de 190%, alcançando 4% do mercado. Na América Latina a Copa continua na liderança, mas vêm perdendo mercado. Em contra partida as que mais cresceram foram as low cost, low fare FlyBondi, Jetsmart e Sky





Quem liderou o mercado por RPK?


quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Latam pinta cinco aeronaves com as cores das bandeiras nacionais dos países onde opera

Decolou hoje, 11 de janeiro, o A320neo, PR-XBG, com as cores especiais da bandeira brasileira (verde e amarelo). Essa é a primeira de cinco aeronaves que ostentarão as cores das bandeiras nacionais de cada país onde a Latam opera: Brasil, Chile, Peru, Colômbia e Equador. 

A partir de hoje a aeronave com a pintura especial verde e amarela operará voos domésticos e para a América Latina, iniciando na Ponte Aérea Rio - São Paulo.


Como serão as 5 aeronaves com pintura especial


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