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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Mercado Internacional do Brasil

Com a proximidade de eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, além do crescimento acelerado recente do mercado doméstico, o Brasil está recebendo várias novas companhias aéreas estrangeiras e as que já operavam no país estão aumentando as frequências e criando voos para cidades fora do eixo Rio-São Paulo. Mas e as brasileiras, estão aumentando na mesma proporção? A resposta é não. Os motivos são vários, podemos destacar alguns como: 1) O "custo Brasil", ou seja, as companhias brasileiras tem que pagar mais impostos e lidar com problemas de infraestrutura. 2) Escala, ou seja, as companhias brasileiras são pequenas se comparadas aos gigantes europeus e americanos como American Airlines, United, Delta, Lufthansa e Air France e quanto maior a empresa, maior o seu poder de barganha (de negociar, conseguir preços mais baixos). 3) A Tam é a única companhia do lado brasileiro que opera voos de longa distância. Para a América do Norte há quatro companhias do lado americano contra duas do lado brasileiro e para Europa, somente a Tam contra nove.
As companhias brasileiras já chegaram a ter 57% do mercado internacional em 1992, mas hoje (2011) possuem apenas 32%. A distância entre companhias brasileiras e estrangeiras começou a aumentar a partir de 2001, com a crise no setor e o agravamento da crise financeira da Varig. Em 2006/2007 houve uma queda brusca, devido ao fim da Varig  e as brasileiras ficaram com menos de 30% do mercado. A partir de 2008 as companhias brasileiras recuperam, mas ainda estão muito longe das estrangeiras.
Voltando no tempo, as companhias brasileiras quase sempre obtiveram a maior parcela do mercado entre 1971 e 1997. A partir daí as companhias brasileiras nunca mais ultrapassaram as estrangeiras.
Participação no mercado internacional (clique para ampliar)
Confira agora as companhias aéreas que mais transportaram passageiros no mercado internacional nas últimas décadas.
Década de 70: Nessa época o mercado Brasil-EUA era disputado acirradamente pela Varig e Pan Am. No mercado Brasil-Europa, a Varig liderou durante toda a década e o segundo lugar foi disputado por Tap e Air France. E no mercado Brasil-América do Sul a Varig/Cruzeiro também liderou, mas perdeu participação, saindo de 70% para menos de 60%, enquanto a Aerolineas Argentinas ficou em segundo lugar isolada com uma média de 20% do mercado.

Década de 80: O mercado Brasil-EUA continuou sendo disputado por Varig e Pan Am, porém a Varig conseguiu manter a liderança durante quase toda a década, se aproveitando a situação financeira complicada da Pan Am. O mercado Brasil-Europa continuou liderado pela Varig e o segundo lugar passou a ser dominado pela Tap, enquanto a Air France perdeu um pouco de participação. E no mercado Brasil-América do Sul, a Varig continuou liderando com folga, mas perdeu cerca de 10 pontos percentuais durante a década. A Aerolineas Argentinas continuou em segundo com uma média de 24% do mercado.

Década de 90: Nos anos 90 houve uma grande transformação no mercado internacional brasileiro com o fim do monopólio da Varig do lado brasileiro e a entrada de novas companhias, principalmente dos EUA. No mercado Brasil-EUA, a Pan Am foi substituída pela American Airlines e houve a entrada da Eastern Airlines, United e Continental Airlines do lado americano e da Vasp e Transbrasil do lado brasileiro. A Varig perdeu muita participação no mercado e perdeu a liderança para a American Airlines no final da década. No mercado Brasil-Europa a Varig manteve a liderança, enquanto Tap permaneceu a maior parte do período no segundo lugar. A Vasp obteve um crescimento bem rápido nesse mercado e ultrapassou a Tap no final da década. No mercado Brasil-América do Sul, as brasileiras aumentaram ainda mais a liderança com a Varig em primeiro lugar e a Vasp em segundo. A Aerolineas Argentinas passou para terceiro lugar e chegou a ter a sua posição ameaçada pelo forte crescimento da Pluna no final da década.

Década de 2000: O mercado Brasil-EUA foi liderado pela American Airlines. A Varig foi substituída pela Tam, que a partir de 2005 iniciou um rápido crescimento e quase empatou com a American Airlines no final da década. No mercado Brasil-Europa a Varig manteve a liderança até 2005, sendo ultrapassada pela Tap, que manteve a liderança desde então. A partir de 2006 a Tam iniciou um rápido crescimento no mercado, se consolidando em segundo lugar. E no mercado Brasil-América do Sul a Varig também liderou até 2005, quando perdeu a posição para a Tam.  Em 2007, pela primeira vez, as estrangeiras transportaram mais do que as brasileiras nesse mercado. Em 2007/2008 a Tam e a Gol se estabeleceram como lideres isoladas no mercado, com Tam em primeiro e Gol em segundo. Bem atrás ficaram o grupo Lan em terceiro e a Aerolineas Argentinas em quarto.

Hoje: No mercado Brasil-EUA há uma disputa pela liderança entre a Tam e a American Airlines, embora a Tam nunca tenha conseguido ultrapassar sua principal concorrente. No mercado Brasil-Europa, a Tam está mais próxima da Tap, mas ainda longe de liderar esse mercado. No mercado Brasil-América do Sul a Gol e a Tam disputam a liderança, sendo que as duas juntas possuem quase 70% do mercado.
Analisando o mercado internacional brasileiro como um todo, a Gol e a Tam ainda não conseguiram preencher o "buraco" deixado pela Varig. As duas juntas possuem 32% do mercado, enquanto a Varig sozinha já conseguiu ter mais de 50% na década de 80. Enquanto no mercado Brasil-América do Sul as brasileiras dominam com folga e no Brasil-EUA há uma concorrência mais acirrada, as estrangeiras ganharam espaço no mercado Brasil-Europa. Porém, a partir dos anos 2000, outros mercados como Brasil-África, Brasil-Oriente Médio e Brasil-Ásia, passaram a ter cada vez mais peso e as companhias estrangeiras dominam 100% desses mercados hoje, já que nenhuma companhia brasileira tem voos próprios para esses mercados. Em 2010 todos esses mercados juntos, representavam cerca de 4% do total, mas apresentaram um crescimento de mais de 40% em relação a 2009.

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