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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Participação no Mercado 2012

Mercado (nacional e internacional): Visão Geral (2012)
Passageiros por km transportados (milhões) Ocupação Participação Crescimento (2012x2011)
 Tam 59,12 76% 52,13% 4,26%
 Gol 32,22 70% 28,41% -3,20%
 Azul 8,71 79% 7,68% 25,00%
 Avianca 4,72 79% 4,16% 62,26%
 WebJet 4,16 73% 3,67% -7,64%
 Trip 3,88 68% 3,43% 47,15%
 Passaredo 0,46 68% 0,41% -20,14%
 MERCADO 113,42 74% 100% 5,21%
 Gol+WebJet 36,38 70% 32,08% -3,73%
 Azul+Trip 12,60 75% 11,11% 31,09%


Depois de crescer por três anos seguidos com duas casas decimais, o mercado doméstico começou reduzir o ritmo em 2012 - a demanda aumentou 6,79% contra contra 15,72% em 2011. Tanto no mercado nacional, quanto no internacional o crescimento da oferta foi menor do que o da demanda - o que aumentou a taxa de ocupação média das aeronaves. Era exatamente o que as principais companhias brasileiras buscavam, já que - apesar das altas taxas de crescimento - a Tam e a Gol apresentaram grandes prejuízos. Os prejuízos foram causados pela combinação do aumento do custo com combustível, desvalorização do real e guerra de preços. A Gol foi mais afetada, já que seus passageiros são mais sensíveis à preço e a maior parte de seus voos são domésticos, tornando-a mais vulnerável à variações cambiais.
Além da diminuição de oferta da Gol e da Tam, o crescimento do mercado nacional esbarrou na falta de infra-estrutura dos aeroportos brasileiros, onde os principais já operam além da capacidade máxima. Os aeroportos de GuarulhosBrasília (Juscelino Kubitschek) e Campinas (Viracopos) já foram privatizados e Rio de Janeiro (Galeão) e Belo Horizonte (Confins) deverão ser os próximos.


Mercado
N
ACIONAL
2012
2011
Participação
Ocupação
Participação
Ocupação
Tam 40,8% 74% 41,2% 68%
Gol 33,9% 70% 37,4% 68%
Azul 10,0% 79% 8,5% 81%
Avianca 5,4% 79% 3,1% 79%
WebJet 4,8% 73% 5,5% 75%
Trip 4,5% 68% 3,2% 65%
Passaredo 0,5% 68% 0,7% 67%
MERCADO (2012):   Crescimento: 7%   Ocupação média: 73%

TAM: Mesmo com a compra da WebJet pela Gol, a Tam manteve a liderança no mercado nacional. Considerando somente a Gol, a Tam possuí quase 7 pontos percentuais a mais, e considerando a Gol e a WebJet, pouco mais de 2 pontos percentuais. Além disso, a Tam conseguiu uma ocupação média melhor do que a sua principal rival: 74% contra 70%. Sob o comando da LaTam, a estratégia da Tam no mercado nacional é reduzir a oferta em mais ou menos 7% a fim de conseguir uma ocupação média entre 78% e 80% em 2013. Com isso é muito provável que a Tam continue perdendo mercado para a Azul/Trip e Avianca. Em 2012 a companhia perdeu 0,4 ponto percentual, mas conseguiu aumentar a ocupação média de suas aeronaves de 68% para 74%. Esse aumento se deveu ao fato de que a companhia reduziu a oferta em pouco mais de 1%, mas obteve um aumento na demanda de quase 6%. Outra questão importante para a Tam em 2013 é o seu acordo de code-share com a Trip. Com a fusão entre ela e a Azul, é possível que as autoridades não permitam que as a Tam e a Trip mantenham o acordo, e assim a Tam perderia cerca de 45 destinos no Brasil.

GOL: O ano de 2012 foi um ano bem conturbado para a Gol, que registrou um grande prejuízo e foi obrigada a se adequar a nova realidade do mercado. Como a maior parte dos voos da Gol são domésticos, a companhia sofreu mais do que a Tam com a desvalorização do real, já que quase toda a sua receita é em reais e não em dólares. A companhia então iniciou um agressivo plano para cortar custos, incluindo a redução da oferta, da frota, fim do serviço de bordo gratuito, demissões e o encerramento das atividades da WebJet. No fim do ano, a Gol reduziu a oferta em 5,38% e a WebJet em 5,67%. Mas ao contrário do que ocorreu com a Tam, a demanda das duas companhias também caiu: 3,26% para a Gol e 7,64% para a WebJet. Apesar disso, a Gol conseguiu aumentar a ocupação média de suas aeronaves em dois pontos percentuais, porém a taxa é a menor dentre as cinco maiores companhias aéreas (incluindo a WebJet) e está abaixo da média do mercado que foi de 73%.

AZUL: Ao contrário das líderes do mercado nacional Tam e Gol, a Azul aumentou a oferta no mercado. E também ao contrário das duas maiores companhias brasileiras, a ocupação média dos voos da companhia diminuiu de 81% para 79%. Isso aconteceu porque a oferta aumentou mais do que a demanda: quase 28% contra 25%. Mas mesmo assim, o aumento demanda da Azul foi mais de três vezes a do mercado como um todo e isso garantiu que a companhia aumentasse a sua participação de 8,5% para 10% do mercado. A vantagem da Azul em relação a e Gol e a Tam são que as suas aeronaves são menores e transportam menos passageiros e assim ela consegue obter lucro mesmo que a demanda seja menor. Explorando justamente essa vantagem, além dos jatos E-Jets, a Azul adquiriu aeronaves turboélices ATR-72 para viabilizar a operação em cidades do interior do país. Os turboélices gastam menos combustível que os jatos, principalmente em pequenas distâncias e podem operar em aeroportos com menos infra-estrutura. Mas a grande novidade ficou por conta da fusão com a Trip, possibilitando que a Azul alcançasse quase 15% do mercado nacional e incríveis 100 destinos no Brasil.

AVIANCA: A Avianca foi, de longe, a companhia que mais cresceu no mercado brasileiro em 2013. A companhia chegou perto de dobrar de tamanho graças ao recebimento dos novos Airbus: foram três A318, dois A320 e um A319, que permitiram a companhia aumentar a oferta em mais de 82%. E ao contrário da Azul, mesmo com o enorme aumento da oferta, a demanda da empresa aumentou praticamente na mesma magnitude do aumento da oferta, fazendo com que a companhia continuasse com uma ocupação média de 79%, a segunda mais alta do mercado (só perdendo para a Total, que não opera voos regulares para passageiros). Tudo isso possibilitou que a Avianca ultrapassasse a Trip e a WebJet, chegando ao quarto lugar no mercado nacional. A estratégia da Avianca é oferecer um serviço diferenciado ao passageiros: refeições quentes, maior espaço entre as poltronas e entretenimento de bordo. Em 2013 a companhia começará a aposentar os MK-28 (Fokker 100), que serão substituídos pelos Airbus.

WEBJET: Em julho de 2011 a WebJet foi comprada pela Gol, mas o CADE não gostou da idéia inicial da Gol de acabar com a marca. Sendo assim a marca WebJet continuou operando e a Gol anunciou a renovação da sua frota com aeronaves Boeing 737-800. Mas depois de enfrentar um enorme prejuízo em 2013, a Gol decidiu acabar de vez com a WebJet como forma de cortar custos em novembro de 2012. Todos os Boeing 737-300 foram desativados e os Boeing 737-800 retornaram para a Gol. A Gol espera que os clientes da WebJet migrem para ela, porém há o risco desses passageiros - que são mais sensíveis a preço - procuraram outras companhias como a Azul. Da mesma forma que ocorreu com a compra da Varig, a Gol se beneficiou com os slots nos principais aeroportos centrais do país como Congonhas e Santos Dumont.

TRIP: A Trip é a maior regional da América do Sul e está entre as companhias aéreas brasileiras que mais cresce nos últimos anos. Em 2013 a Trip foi a segunda companhia que mais cresceu. Apesar do expressivo aumento na oferta, a demanda da empresa aumentou mais ainda, possibilitando que a ocupação média dos voos aumentasse três pontos percentuais: A oferta aumentou 41%, enquanto a demanda aumentou 47%. Em maio de 2012 a Trip anunciou a sua fusão com a Azul, possibilitando que a companhia chegasse a terceira posição no mercado nacional. A Trip já era de longe a companhia que atendia o maior número de cidades no Brasil (cerca de 90), e após a fusão, as duas juntas passaram a atender incríveis 100 destinos. No entanto a marca Trip será extinta, permanecendo somente a marca Azul. A frota também será padronizada com aeronaves ATR-72 e E-190/195, isso significa que os ATR-42 e os E-175 sairão da frota.

PASSAREDO: A Passaredo vinha num ritmo de crescimento alto e chegou a operar com 16 jatos para cerca de 25 destinos, mas a alta do custo do combustível fez a companhia "pisar no freio". Os jatos ERJ-145, operados pela companhia, consomem mais combustível que os ATR operado pelas rivais Azul e Trip. Sendo assim a Passaredo decidiu trocar os ERJ-145 pelos ATR-72-600. No entanto essa troca foi um tanto quanto brusca: Visto que a companhia está com endividamento alto e não quer mais perder dinheiro, todos os ERJ-145 foram aposentados imediatamente e não haviam ATRs suficientes para cobrir toda a malha da companhia. Isso resultou numa redução grande da oferta nos últimos meses. A Passaredo acabou encerrando 2012 com uma redução da oferta, da demanda e da ocupação média dos voos. Porém a redução da demanda foi muito próxima a da oferta (21% contra 20%, respectivamente) e com isso a ocupação média diminui menos de um ponto percentual.


Mercado
I
NTERNACIONAL
2012
2011
Participação
Ocupação
Participação
Ocupação
Tam 89,4% 81% 88,1% 81%
Gol 10,3% 64% 10,6% 62%
Avianca 0,2% 80% 1,2% 74%
MERCADO (2012):   Crescimento: 0,3%   Ocupação média: 79%

Levando em consideração apenas as companhias aéreas brasileiras, o mercado internacional brasileiro ficou estagnado em 2012. A oferta diminuiu 0,01%, enquanto a demanda aumentou 0,32% - o que fez com que a ocupação média das aeronaves aumentasse ligeiramente. Com a saída da Avianca do mercado internacional, o lado brasileiro se resume apenas a Gol e Tam. As duas, porém, com desempenhos completamente opostos: Tam com aumento de oferta e alta taxa de ocupação e Gol com redução de oferta e baixa taxa de ocupação.

TAM: A cada ano a Tam fica cada vez mais próxima de ser uma monopolista no mercado internacional brasileiro (considerando apenas as companhias brasileiras), com quase 90% do mercado. Em 2012 a Tam recebeu mais quatro Boeing 777-300ER, que foram usados para aumentar a oferta nos voos entre São Paulo, Miami e Nova York e criou e aumentou as frequências dos voos partindo do Rio de Janeiro para Frankfurt, Londres, Orlando e Santiago. A Tam agora também tem mais força no mercado internacional, já que é parte da LaTam. A sinergia entre a Tam e a Lan já começaram, principalmente na América do Sul. A Tam deixou de voar para Bogotá para dar lugar à Lan Colombia, aumentou as frequências para Lima e Montevidéu e inaugurou a rota entre o Rio de Janeiro e Santiago. Já a Lan aumentou as frequências entre Santiago, Rio de Janeiro e São Paulo e irá lançar o voo Santiago - Rio de Janeiro - Miami. Apesar da criação da LaTam, o aumento de oferta da Tam no mercado internacional em 2012 foi pequeno: apenas 2,18%.

GOL: A Gol mais uma vez reduziu a oferta no mercado internacional, que foi acompanhado de uma redução da demanda também. Porém a redução da demanda foi de 2,50%, enquanto a oferta recuou 4,91% - permitindo um aumento na taxa de ocupação média de cerca de dois pontos percentuais. Em julho de 2012 a companhia fez uma reformulação na sua malha internacional: os voos para Montevidéu, Assunção e Santa Cruz de La Sierra passaram a ser operados sem escalas de São Paulo (anteriormente eles eram operados via Porto Alegre, Curitiba e Campo Grande, respectivamente). Além disso a companhia ampliou as frequências para Buenos Aires. Contudo, os voos para Santiago foram encerrados em outubro, como parte do esforço para cortar custos.
A grande novidade da Gol para o mercado internacional foram os voos para os EUA. A companhia começou com voos fretados e pretendia lançar voos com escalas em Caracas, na Venezuela. Em outubro, a empresa lançou voos regulares para Miami e Orlando, a partir do Rio de Janeiro e São Paulo e com escala em Santo Domingo. Os voos são operados com o Boeing 737-800, criando um HUB em Santo Domingo - algo parecido com o que a Copa faz em Panamá. A Gol ainda tem planos de oferecer code-share com a Delta para diversos destinos nos EUA e em todo o mundo a partir de Santo Domingo, Miami, Orlando e do Brasil. Porém a reformulação das rotas e o lançamento de voos para os EUA não foram o suficiente para evitar que a companhia perdesse, mais uma vez, participação no mercado internacional.

AVIANCA: A Avianca havia iniciado voos internacionais para Bogotá com objetivo de que seus passageiros - em Bogotá - fizessem conexão com os voos da Avianca (Colômbia) para a América Latina, EUA e Europa. Mas os voos internacionais foram encerrados em fevereiro de 2012 e a Avianca (Brasil) passou a se concentrar apenas no mercado nacional, enquanto os voos para Bogotá passaram a ser realizados somente pela Avianca (Colômbia). O grupo Avianca-Taca possui voos de Bogotá para São Paulo e Rio de Janeiro e de Lima para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre.

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