quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Participação no Mercado 2010 - Análise BlogAC
NACIONAL
|
2010
|
2009
| ||
Companhia
|
Participação
|
Ocupação
|
Participação
|
Ocupação
|
Tam
|
42,8%
|
67%
|
45,4%
|
65%
|
Gol
|
39,5%
|
68%
|
41,7%
|
65%
|
Azul
| 6,0% | 79% | 3,6% | 75% |
WebJet
|
5,8%
|
76%
|
4,4%
|
67%
|
Avianca
|
2,6%
|
74%
|
2,5%
|
71%
|
Trip
|
2,2%
|
62%
|
1,5%
|
60%
|
Passaredo | 0,6% | 66% | 0,4% | 65% |
Apesar da falta de infra-estrutura, o setor de aviação comercial no Brasil está em plena expansão. No ano de 2010 o volume de passageiros cresceu 23% no mercado nacional e 20% no internacional. No entanto a oferta das companhias cresceu menos (18% no mercado nacional e 9% no internacional), gerando aumento na ocupação média dos vôos. No mercado nacional, a ocupação média subiu de 65% para 68% e no internacional de 69% para 76%. A grande aposta das companhias é a "classe média emergente". Mais conhecida como "classe C", ela engloba os passageiros que antes utilizavam o ônibus e estão passando a usar o avião, visto que os preços das passagens diminuíram e o tempo de viajem é infinitamente menor.
A TAM continua na liderança isolada do mercado nacional, mas perdeu participação para a novata Azul e demais companhias como WebJet, Trip, Passaredo e inclusive a Gol. Em relação à 2009, a Tam perdeu 2,64 pontos percentuais. No entanto a companhia não encolheu, pelo contrário, aumentou a oferta de assentos em 12% e transportou 16% passageiros por Km a mais, em relação à 2009. Porém, menos que a média do mercado de 18% e 23%, respectivamente. Das principais companhias, a Tam foi a que menos cresceu. Um dos motivos é chegada da "classe C", que dificilmente escolhem a Tam para viajar, visto que a empresa está relacionada a preços maiores e serviços de maior qualidade. Mas a Tam mostra que não está disposta a perder a liderança do mercado e lançou recentemente uma campanha especifica para a "classe C", com o slogan "Você vai e vai de Tam". A compra da Pantanal aumentou o volume de passageiros da companhia em aproximadamente 1% e aumentou o número de destinos operados pela companhia.
A GOL continua na vice-liderança, mas está cada vez mais próxima da Tam. A diferença entre a Gol e a Tam caiu de 3,76 para 3,3 pontos percentuais em 2010. Depois de um período de baixas ocupações no mercado nacional (puxado principalmente pela Varig) em 2008/2009, a ocupação da empresa, que já chegou a 59%, melhorou bastante, fechando com 68% em 2010, ligeiramente a cima da principal concorrente, a Tam. A Gol também perdeu mercado para as companhias menores, principalmente Azul e WebJet, mas perdeu menos do que a Tam. A participação da Gol recuou 2,18 pontos percentuais, enquanto a Tam recuou 2,64 p.p..
A AZUL está batendo todos os recordes com o seu surpreendente crescimento. Excluindo a PumaAir, que obteve um crescimento anormal devido ao reinicio das operações, a Azul foi a companhia que mais cresceu no mercado nacional, seguida pela Passaredo e pela Trip. A oferta de assentos por Km aumentou 92% e o volume de passageiros, 103% em 2010. Com esse crescimento, a Azul deixou a WebJet para trás e passou a ser a terceira maior companhia aérea brasileira, atrás da Gol e Tam. Apesar de chamar atenção, a ocupação extremamente alta era prevista pela companhia. A Azul optou por encher as aeronaves (com tarifas muito baixas), como estratégia de marketing. A idéia é que os passageiros que voaram na companhia, a indiquem para amigos e familiares. A Azul fechou 2010 com a maior ocupação do mercado, que também foi 4% maior que a de 2009. A Azul revolucionou o mercado nacional brasileiro, mostrando que pode haver conforto e entretenimento e ao mesmo tempo tarifas baixas, "roubando" passageiros das gigantes Tam e Gol, além de trazer novos passageiros que antes viajavam de ônibus. A companhia também é a principal responsável pelo crescimento surpreendente do aeroporto de Campinas (sua principal base), mais de 200% !
A WEBJET cresceu a cima da média do mercado, com um aumento de 44% na oferta e 64% na demanda. Mas isso não foi o suficiente para impedir que a Azul a ultrapassasse. Em 2010 a WebJet apostou em cortar custos e oferecer passagens ainda mais baratas. A companhia mudou a configuração de suas aeronaves de 136 para 148 assentos e passou a vender refeições à bordo. A estratégia parece ter dado certo, a ocupação da empresa está bem acima da média do mercado e aumentou 9% em relação à 2009.
A AVIANCA é o novo nome da OceanAir. A companhia iniciou esse ano a renovação da frota com aeronaves Airbus A319. A companhia aposta no conforto e serviços de alta qualidade para atrair seus passageiros. Os novos A319 da companhia, são, sem duvidas, as mais confortáveis e sofisticadas do mercado nacional. Depois de um bom tempo estagnada, a Avianca conseguiu crescer um pouco a cima da média do mercado em 2010, registrando um aumento de oferta de 21% e um aumento na demanda de 27%. Porém a companhia avançou muito pouco, ganhando somente 0,08 ponto percentual de participação no ano, sendo facilmente ultrapassada pela Azul.
A TRIP continua com o seu incrível crescimento insaciável. Hoje a companhia possui nada menos que 43 aeronaves (sendo assim a maior regional da América do Sul, disparada) e é a companhia que tem mais destinos no Brasil. A companhia começou a receber os seus primeiros jatos, os E-175, e a cada mês inaugura novas rotas. No entanto esse crescimento insaciável, derrubou a taxa média de ocupação nos vôos da companhia, que chegara na casa dos 50%. Mas a companhia esta sempre fazendo ajustes na malha para melhorar a ocupação e parece que esse problema já foi solucionado. A taxa de ocupação média da companhia foi menor que a média do mercado, mas maior que a de 2009. A Trip foi a terceira companhia que mais cresceu em 2010 e está bem próxima da Avianca, apenas 0,38 ponto percentual a menos; enquanto em 2009 a diferença era de 1,01 p.p..
A PASSAREDO é outra que não quer parar de crescer. A companhia que tinha apenas dois EMB-120, agora está com uma frota de treze aeronaves, em sua maioria ERJ-145. A companhia pretende padronizar a frota com jatos da Embraer. A Passaredo obteve o segundo maior crescimento do mercado (88% a mais de oferta e 92% a mais de demanda), atrás apenas da Azul.
INTERNACIONAL
|
2010
|
2009
| ||
Companhia
|
Participação
|
Ocupação
|
Participação
|
Ocupação
|
Tam
|
87,6%
|
79%
|
89,9%
|
73%
|
Gol
|
12,2%
|
59%
|
10,4%
|
47%
|
O mercado internacional vem se recuperando desde a saída conturbada da Varig, que era líder absoluta no mercado internacional. Em 2010 a Tam chegou a transportar o mesmo volume de passageiros que a Varig transportava em 1997, 2,4 milhões mensais, porém a Varig transportava esse volume a mais de dez anos atrás. No ano de 2010 o volume de passageiros cresceu 20% no mercado internacional. No entanto a oferta das companhias cresceu bem menos, apenas 9%, gerando aumento na ocupação média dos vôos de 69% para 76%.
A TAM assumiu o lugar da Varig como companhia de bandeira, mas voa para menos destinos que a Varig voava quando já estava à beira da falência. No entanto a Tam tem mais de um vôo diário para cidades como Miami e Paris, coisa que a Varig não tinha há muito tempo. Esse ano a Tam (finalmente) lançou vôos internacionais sem escalas partindo de outras cidades que não São Paulo. A principal foi o Rio de Janeiro, que ganhou vôos diretos para Londres e Frankfurt. Aliás Frankfurt passou a ser o vôo com a maior ocupação, coincidência ou não, também era assim no tempo da Varig. A principal razão é o Code-Share com a Lufthansa, que oferecer uma malha global a partir de Frankfurt. Outras cidades que ganharam vôos internacionais de longa distância foram Belo Horizonte e Brasília (para Miami), porém os vôos entre Salvador, Recife e Paris sem escalas foram cancelados. A Tam também (finalmente de novo) irá iniciar vôos para Bogotá, o último grande mercado da América do Sul que a companhia não atendia. Apesar disso, as companhias brasileiras respondem por menos de 40% dos passageiros internacional do Brasil. Em 1995, por exemplo, as brasileiras tinham quase 60% do mercado. Uma esperança é a fusão da Tam com a Lan, o que possibilitará novos vôos internacionais por parte da Tam. A Tam cresceu menos que a média do mercado (diga-se Gol) em 2010, o que gerou perda de participação. Porém o aumento bem superior da demanda, fez a ocupação média dos vôos saltarem para quase 80%; foram 7% a mais de oferta e 17% a mais de demanda.
A GOL vinha reduzindo drasticamente a oferta de assentos no mercado internacional, após amargar péssimas ocupações, que chegaram à 47%. A companhia atribuiu as baixas ocupações à Gripe Suína, que afetou mais justamente os vôos na América do Sul, onde a Gol opera internacionalmente. A companhia cancelou os vôos para Lima e vôos diretos para Santiago, além de reduzir o número de vôos. Porém, no final de 2009, a companhia voltou a investir no mercado internacional, com vôos para o Caribe. A ocupação então foi se recuperando bem lentamente, assim como a a demanda. No final de 2010, a Gol conseguiu um crescimento maior que a Tam no mercado internacional, ganhando uma fatia maior desse mercado. Foi um crescimento de 16% na oferta e de 46% na demanda. Porém a ocupação média fechou bem abaixo da Tam. Mas se compararmos em relação à 2009, a ocupação aumentou 12%, bem mais do que a Tam (12%).

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